Posts by José Rui

Clívia, Clivia miniata

Publicado em 20 de Março de 2016

É uma perene dos bosques da África do Sul, que se encontra frequentemente ladeando ribeiros. Cultiva-se pelas suas folhas verdes que atingem 60cm e flores cor-de-laranja, que florescem em umbela com caules firmes em grupos que chegam a ter 20 flores, com forma de tunelar a trompete.
Praticamente indestrutível, é excelente como planta de interior ou de exterior, em zonas sem gelo ou geada.

Clívia, Clivia miniata

Clívia a florir no fim da Primavera.

Cultivo

No interior utilizar um substrato universal ao qual se adiciona terriço de folhas e gravilha fina, num local com luz filtrada ou indirecta, mas brilhante. Na época de crescimento deve-se regar livremente, aplicando um fertilizante semanalmente até que os botões se formem. No Inverno manter praticamente seca.
No exterior, cultivar num solo rico em húmus, fértil e bem drenado em sombra parcial. As clívias ressentem a perturbação das raízes e precisam de restrição das raízes para encorajar a floração.

Multiplicação

Semear a 16º-21ºC, mal as sementes estejas maduras. Por divisão, preferencialmente na Primavera depois da floração, em alternativa no fim do Inverno. A seiva pode irritar a pele, deve-se usar luvas.

Pragas e Doenças

As cochonilhas podem ser um problema.

Dimensões

45cm de altura; 30cm de largura.

Época de floração

Primavera.

Luz

Meia sombra.

Água

Regar livremente na época de crescimento.

Solo

Rico em húmus, fértil e bem drenado.

Links de interesse

Clivia (Nova Zelândia)
Clivia Society
American Clivia Society
North American Clivia Society

Rosmaninho-menor, Lavandula stoechas

Publicado em 20 de Março de 2016

Diz a senhora Helen M. Fox na revista The National Horticulture Magazine 1 de Abril de 1956, que não é sempre que uma terra consegue o seu nome a partir de uma planta, mas diz-se que as ilhas Stoechades 2 se chamam assim devido à Lavandula stoechas. Gustave Hegi na Illustrierte Flora von Mittel Europa, afirma que era mais usada que a L. latifolia ou a L. officinalis.

Rosmaninho-menor, Lavandula stoechas Rosmaninho-menor, Lavandula stoechas

Após ser seca, era levada através dos Alpes e utilizada como medicamento até meados do século XVIII. Naqueles tempos chamavam-lhe “stickadore”. Na idade média era um dos ingredientes do “Vinagre dos Quatro Ladrões”, um antídoto histórico contra a peste.

É nativa nos países mediterrânicos e a senhora Helen M. Fox observou-a a crescer selvagem em Portugal. Um viajante inglês relata na revista Gardener’s Chronicle tê-la visto em Creta com as suas finas formas e imensas plumas violetas. Em condições ideais pode atingir 90 centímetros de altura. As folhas descrevem um arco para cima, são delgadas, macias e terminam num ponto. O cálice é verde e parece de pelúcia, assim como as brácteas. Há relatórios que referem o cálice como ocasionalmente branco, rosa ou rosa cobreado. As flores púrpura, ou rosa muito escuro, crescem muito próximas em cabeças de cerca de três centímetros. Do topo das cabeças floridas, crescem uma brácteas rosas e onduladas. Essas brácteas parecem um tufo de penas brilhantes. Floresce durante longo tempo, provavelmente todo o Verão 3.

Links de interesse

Sobre o “Vinagre dos Quatro Ladrões (Raiz Cultura)
Vinagre dos Quatro Ladrões (Wikipedia)

  1. Revista da American Horticultural Society.[]
  2. Hoje são as Îles d’Hyeres ou Îles d’Or, perto de Toulon.[]
  3. Criadas em estufas, as que aparecem nos hortos estão floridas em Fevereiro, mas podem ser demasiado frágeis para plantar ao ar livre.[]

Ainda o ácido na compostagem

Publicado em 20 de Março de 2016

Limão

Em tudo o que li sobre compostagem, em lado nenhum encontrei sustentação científica para aquilo que chamo um mito que é os restos dos citrinos acidificarem o composto. A única coisa que sei ter esse efeito são os restos de coníferas. No entanto, o senhor Monty Don num artigo recente para a Gardener’s World, diz que evita restos de citrinos por demorarem muito a degradarem-se e por serem ácidos o que “reduz a actividade das minhocas”. Não vou deixar de colocar as cascas dos citrinos na pilha, que nas épocas de laranjas são imensas e seria um desperdício deitar fora, mas faz algum sentido o que Monty Don diz. O ácido funciona como conservante e de facto talvez actue como repelente para as minhocas. No entanto, eu diria que os citrinos ao apodrecer não se mantêm ácidos durante muito tempo e a verdade é que se há bastante acidez nos limões, nas laranjas isso nem é inteiramente verdade, colocadas no compostor, desaparecem num ápice.

Actualizações

A Chronica Hortícola anterior, “A importância do jardim da frente” foi actualizada com uma magnífica ilustração de Pedro Burgos. Inaugura assim aquilo que eu espero vir a tornar-se um hábito: A utilização da ilustração em alguns dos textos. A ilustração editorial tem vindo a perder terreno neste país de grandes ilustradores, o que é uma pena porque é uma forma de comunicação muito especial, idiossincrática e rápida, presta-se a interpretações e a questões de gosto de uma forma que a fotografia não consegue.

Ferramentas

Publicado em 1 de Março de 2016

Bulldog. Joseph Bentley.

Ferramentas Bulldog e Joseph Bentley.

É nestes dias de Inverno e chuva que nós jardineiros temos imenso tempo para reflectir nas coisas do jardim e uma das mais óbvias é pensar em arrumar o barraco negligenciado no fundo do quintal. Dentro do barraco, estão habitualmente as ferramentas. Algumas ferramentas de boa qualidade — não muitas —, é tudo que precisamos para nos mantermos em forma — e no processo, cuidar do jardim.

Devemos sempre escolher as melhores ferramentas que pudermos. O jardineiro que não as considere um investimento, o mais provável é que não as escolha correctamente à partida e não as cuide depois. Ao arrumarmos o barraco devemos olhar para as nossas ferramentas, seleccionar as que mais usamos e separar as que raramente são utilizadas. Estão limpas e oleadas? Estão facilmente acessíveis? O essencial será uma pá, uma forquilha, uma colher, ancinho, sachola para trabalhar o solo, e tesoura de poda (de mão e uma grande de duas mãos) e serra de podar para trabalhar as plantas.

As melhores ferramentas para trabalhar o solo são da Sneeboer, De Wit (ambas holandesas) ou Bulldog (do Reino Unido) 1. Também há da Joseph Bentley, Spear & Jackson ou Fiskars (todas estas são apenas marcas que passaram a ser propriedade de grandes grupos). Uma marca que aparece por cá com razoável qualidade é a Bellota (de Espanha).

Para trabalhar as plantas não há melhor que Felco da Suíça. São tesouras de excelente aço 2, que bem conservadas durarão uma eternidade. A Felco comercializa também uma série de acessórios para manutenção e peças sobresselentes. A Bellota pode, uma vez mais, ser uma alternativa mais em conta.

Excluidas as serras de podar que têm um tempo de vida limitado, todas estas ferramentas deverão durar uma vida e ainda ficar para os filhos e netos. Ao comprar e posteriormente na sua utilização, deve-se pensar nisso. Devemos tratá-las com respeito. As tesouras e serras não devem andar pela terra e no fim do dia todas as ferramentas devem ser limpas com brio. No barraco, devem estar convenientemente arrumadas e de fácil acesso.

  • A pá e a forquilha são para trabalho duro, o cabo deve ser à nossa medida.
  • Não abuse de nenhuma ferramenta. Se alguma estiver com dificuldades numa determinada tarefa, o mais provável é ser a ferramenta errada.
  • Compre ferramentas que possam ser reparadas.
  • Evite comprar ferramentas a mais, compre menos e melhores.
  • Limpe sempre as ferramentas no fim do trabalho
  • Afie e oleie as ferramentas regularmente.
  1. Eu escolhi maioritariamente da Bulldog por terem melhor preço e uma enorme robustez (além de 15 anos de garantia), ou por outras palavras, as holandesas estarem para lá do meu limite.[]
  2. Tenho uma que na minha opinião enferrujou um pouco facilmente demais para tão universal fama.[]