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Oudolf Hummelo

Oudolf Hummelo

Nem chego a perceber se o título é Oudolf Hummelo ou simplesmente Hummelo, de tal forma a obra se confunde com o criador. Não me vou alargar em grandes considerações sobre Piet Oudolf, o famoso jardineiro holandês, ou pelo menos não agora, talvez noutra ocasião. Este livro é extremamente bonito, numa edição da Monacelli Press, formato menor que o habitual num livro de jardinagem, muito volumoso, num papel mate também muito pouco habitual. As fotografias são de primeira ordem tal como tudo o resto.
A obra é escrita por Noel Kingsbury em colaboração com Piet Oudolf mas o nome do autor nem aparece na capa de tal forma o holandês é famoso. Trata-se de acompanhar a carreira do jardineiro desde o início, mas tenta demonstrar que a sua evolução foi em paralelo com a do seu jardim pessoal (que também chegou a ser um viveiro). Começa exactamente pelo início de Hummelo, com aquele tipo de fotografias que eu adoro onde se vê o antes — um pedaço de terra —, e o depois: um jardim extraordinário. A secção seguinte fala de como foi tornar-se conhecido e o livro finaliza com o atravessar do Atlântico, o que ocupa seguramente um terço da obra, de tal forma se tornou importante a carreira de Oudolf nos Estados Unidos.
No fim um extenso índice de plantas (algo essencial num livro de jardinagem), uma pequena lista de locais a visitar e algumas notas. Não há nada que não recomende este volume.

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Regar bem

Regadores

As plantas além do ar e do Sol, precisam de água e isso torna-se mais premente nos dias quentes do Verão. Devemos conhecer as nossas plantas e regar regularmente, umas mais que outras, mas todas de forma a que a água chegue onde é necessária: As raízes. Não vale realmente a pena regar as folhas1, muitas das quais actuam como um verdadeiro guarda chuva, impedindo a água de chegar ao solo. Pode-se verificar com uma colher de jardineiro até onde foi a água no solo molhado, o mais certo é ter ficado à superfície e logo um centímetro abaixo ser só pó seco.
Deve-se retirar o raro ao regador e encharcar bem o solo, fazendo uma pequena caldeira em volta da planta para não deixar a água espalhar-se. Como regra um pouco grosseira podemos calcular que 1cm de água no solo, penetra em profundidade 6-7cm. A melhor altura para regar é sem dúvida ao fim da tarde, o Sol já se está a pôr, a evaporação vai ser menor e a planta terá o solo húmido toda a noite e pelo menos parte da manhã seguinte. Depois basta sentar-se e desfrutar do seu jardim nestes longos dias de Verão.

  1. Eu apenas faço isso depois de várias semanas sem chuva, para retirar o pó acumulado. []

Afolhamento

Afolhear um terreno é colocar em prática uma série sucessiva de culturas de diferentes géneros. Desfolhar é mudar a ordem da sua sucessão ou a introdução de novos géneros. A cada divisão do terreno e a cada ano do giro das culturas, dá-se o nome de folha.
Para que o terreno de uma horta esteja vago o menor tempo possível, com a sua fecundidade conservada, é indispensável esta rotação de culturas, ou seja, não cultivar no mesmo local duas vezes seguidas a mesma planta. Por muito que se tente restituir à terra os princípios esgotados por meio de estrumação, a segunda cultura nunca terá o mesmo vigor e a terceira será ainda pior. Também há o risco de doenças e pestes se instalarem no solo, tornando-se um problema.

This Happy Breed (1944)

This Happy Breed
— We don’t like doing things quickly in this country. It’s like gardening.
This Happy Breed
— Somebody once said we was a nation of gardeners. Yeah, they weren’t far wrong. We like planting things and watching them grow and looking out for changes in the weather.
— You and your gardening.

Chandos disse

Chandos disse ancinho
que significa?
Disse vaso.
Disse gardénias.

Coisas denotativas,
descomplicadas,
que significam?

Tadas aqui, ao chão
de um jardim,
que significam?, disse,
sentado, sensato, senil.

—Pedro Mexia (Uma Vez que Tudo se Perdeu, Tinta da China 2015)