Artigos da categoria “As boas plantas

Urtiga, Urtica dioica subsp. Dioica (Urticaceae)

Publicado em 22 de Dezembro de 2015

A urtiga, tão condenada como um pária dos campos, arrancando-se desapiedadamente onde quer que aparece, é uma das plantas mais úteis. Pode ser utilizada como chorume contra os pulgões, fertilizante líquido ou até sopa.

Urtiga, Urtica dioica

Urtiga, Urtica dioica

Oferece aos animais um alimento fresco e tanto mais precioso quanto é uma das plantas mais temporãs. As vacas e as cabras que se alimentam com ela, dão melhor leite e mais abundante, com mais nata e sabor mais açucarado.
Basta na primavera arrancar-lhe os novos rebentos, deixá-los secar um pouco ao ar e misturá-los depois na proporção de uma quarta parte à erva e à palha, não havendo receio de que piquem a boca dos animais, que a comem com avidez. O esterco que resulta desta mistura favorece muito as culturas.
As aves engordam rapidamente quando submetidas a um regime das suas sementes. Destas sementes extrai-se um óleo de gosto delicado e que tomado em caldo favorece a secreção de leite.

Urtiga, Urtica dioica

Flora von Deutschland Österreich und der Schweiz (1885).


Aplicado externamente, reanima a sensibilidade dos tecidos da pele, aumenta a elasticidade dos músculos e facilita o jogo das articulações.
Olivier de Serres, o pai da agricultura francesa, diz que a Urtiga proporciona uma matéria com a qual se fazem boas e bonitas telas. Com efeito, fabricam-se na China desde tempos imemoriais telas maravilhosas, tecidas com a fibra da Urtiga branca, que compete com vantagem com os produtos mais finos do melhor linho.

Cultivo

É uma planta que praticamente se cultiva sozinha, preferindo solos ricos em fosfatos e nitrogénio. Reproduz-se por semente ou pelas raízes.

Doenças

Sem problemas.

Colheita

Varia muito com a região, em Portugal, seguramente no Inverno. Rebentos novos para culinária, plantas mais desenvolvidas para chorumes e fertilizante.

Links de interesse

Etno Medica (43 usos para as urtigas).
Flora Celtica (Utilização da urtiga).
Plants for a Future (Nota máxima em comestível e medicinal).

Este texto foi baseado e em parte transcrito do artigo “Utilidade da Ortiga”. Jornal Horticolo-Agricola [Porto], Fevereiro 1901: 31-32.

Ciclamen-da-Cilicia, Cyclamen cilicium

Publicado em 23 de Setembro de 2015

O Cyclamen cilicium é originário da região da Cilicia no sudoeste da Turquia. Floresce no Outono em vários tons de branco e rosa, mantendo uma folhagem atraente durante o Inverno. Recebeu o Award of Garden Merit da RHS.

Cultivo

São bastante tolerantes com o tipo de solo e não se preocupam demasiado com o PH, apesar de preferirem solos ligeiramente alcalinos, sendo importante assegurar uma boa drenagem. Sendo tolerantes à competição de raízes, crescem bem na base e por baixo da copa das árvores.

Sementeira

Os Ciclamens na sua forma comercial adquirem-se habitualmente na forma de tubérculos, mas também se podem adquirir sementes.
Para uma germinação consistente é importante obter sementes frescas, nalgumas espécies é essencial e devem ser semeadas mal estejam maduras, ou seja imediatamente antes da cápsula abrir. É benéfico mergulhar as sementes em água morna e deixá-las em água 24h. Sendo plantas que habitam debaixo de árvores de folha caduca, é bom de compreender que a luz é inibidora da germinação. Alguns especialistas defendem que é necessária escuridão total e outros dizem que basta um local muito sombrio. Eu diria que prefiro a escuridão total, que é o que melhor simula o tapete de folhas de Outono que cai sobre os Ciclamens.
As sementes colocadas na superfície do substrato, espaçadas 2cm entre elas e cobertas com 5 a 7mm de gravilha fina ou vermiculite. A germinação pode demorar de 30 a 60 dias e uma vez que as plântulas apareçam devem ser mudadas para um local com luz. As folhas desenvolvem-se a partir de um pequeno tubérculo e depois de se terem formado duas ou três, as plantas estão prontas para passarem para vasos individuais.

J F M A M J J A S O N D
Semear Semear Floração Floração

Pestes e doenças

Por cá, apenas os ratos podem ser um problema.

Links de interesse

The Cyclamen Society

Cyclamen coum

Publicado em 23 de Setembro de 2015

O Cyclamen coum ou “Violeta-da-pérsia” (apesar de não ser uma violeta) é originário da região do mediterrâneo oriental, onde cresce em florestas sombrias. De aspecto delicado floresce cedo e não exige grande manutenção. Recebeu o Award of Garden Merit da RHS.

Cultivo

São bastante tolerantes com o tipo de solo e não se preocupam demasiado com o PH, apesar de preferirem solos ligeiramente alcalinos, sendo importante assegurar uma boa drenagem. Sendo tolerantes à competição de raízes, crescem bem na base e por baixo da copa das árvores.

Sementeira

Os Ciclamens na sua forma comercial adquirem-se habitualmente na forma de tubérculos, mas também se podem adquirir sementes.
Para uma germinação consistente é importante obter sementes frescas, nalgumas espécies é essencial e devem ser semeadas mal estejam maduras, ou seja imediatamente antes da cápsula abrir. É benéfico mergulhar as sementes em água morna e deixá-las em água 24h. Sendo plantas que habitam debaixo de árvores de folha caduca, é bom de compreender que a luz é inibidora da germinação. Alguns especialistas defendem que é necessária escuridão total e outros dizem que basta um local muito sombrio. Eu diria que prefiro a escuridão total, que é o que melhor simula o tapete de folhas de Outono que cai sobre os Ciclamens.
As sementes colocadas na superfície do substrato, espaçadas 2cm entre elas e cobertas com 5 a 7mm de gravilha fina ou vermiculite. A germinação pode demorar de 30 a 60 dias e uma vez que as plântulas apareçam devem ser mudadas para um local com luz. As folhas desenvolvem-se a partir de um pequeno tubérculo e depois de se terem formado duas ou três, as plantas estão prontas para passarem para vasos individuais.

J F M A M J J A S O N D
Semear Semear Floração Floração

Pestes e doenças

Por cá, apenas os ratos podem ser um problema.

Links de interesse

The Cyclamen Society
Cyclamen coum: How to grow (The Telegraph)

Cornus nuttallii × Cornus florida ‘Eddie’s White Wonder’

Publicado em 23 de Setembro de 2015

Trata-se de uma magnífica pequena árvore que exibe uma profusão de grandes flores brancas e fragantes, que aparecem antes da folhagem, no início da Primavera. É um híbrido de Cornus nuttallii (originário do Noroeste do Pacífico) e Cornus florida (nativo do leste da América do Norte) conseguido no Canadá por Henry Matheson Eddie1 (1881-1953) em 1945. Perderam-se praticamente todas as plântulas devido a uma cheia no Fraser Valley em 1947, mas um dos melhores espécimes tinha ido para Richmond e foi desse exemplar que foram reproduzidos todos os Cornus ‘Eddie’s White Wonder’. O exemplar mais antigo conhecido data de 1951.
Depois da floração desenvolvem-se uns frutos de cor laranja avermelhada, apreciados por várias espécies de pássaros. Como se não bastasse, no Outono as folhas tornam-se cor-de-laranja, vermelhas e púrpura para uma última e espectacular exibição. Previsivelmente, exibe também o Award of Garden Merit da RHS.

Cultivo

As plantas que lhe deram origem, no seu habitat natural vivem à sombra de árvores maiores, em matas e bosques. A Cornus ‘Eddie’s White Wonder’ está melhor ao Sol ou sombra parcial.
Podar interfere com a estrutura distinta desta árvore2 e deve ser estritamente limitada à remoção de ramos mortos ou cruzados, pouco mais.
A floração está de certa forma dependente do Verão da época anterior. Um verão quente e longo trará uma Primavera de grande floração. Da mesma forma, um Verão frio e curto, tornará a floração seguinte esporádica e fraca.

J F M A M J J A S O N D
Podar Floração Floração

Doenças

Antracnose.

Hábito Caducifólia
Cor na Primavera Flores brancas
Cor no Outono Folhas cor-de laranja, vermelhas e púrpuras
Fragante Sim
Altura 8m (em 25 anos ou mais)
Largura 6m (em 25 anos ou mais)
Exposição Sol ou sombra parcial
Água Solo húmido
Solo Barrento ou arenoso
PH do solo Altamente ácido a neutro
Longevidade 80 anos

Links de interesse

Plant of the Centenary (RHS)
As plantas do centenário em imagens (The Guardian)
Chelsea Flower Show

  1. Também responsável por ter conseguido o Cornus nuttallii ‘Gold Spot’ [↩]
  2. Na verdade, a poda das árvores ornamentais interfere com a estrutura de praticamente todas as árvores e deve ser reduzida ao mínimo. [↩]