Artigos da categoria “Indicações úteis

Multiplicar alfazema por corte

Publicado em 21 de Junho de 2015

A alfazema pode ser facilmente reproduzida com cortes no Verão. Devem-se escolher rebentos laterais que não floriram e deve-se verificar que estão sem pestes nem doenças.
Corta-se com um pequeno pé e removem-se os últimos pares de folhas de modo a podermos enterrar o rebento no composto com facilidade.
Mergulha-se o pé numa solução de hormonas de enraizamento — pode-se utilizar uma solução de ramos de salgueiro. Em alternativa nada, mas a percentagem de sucesso poderá ser muito menor.
Inserem-se os cortes em composto arenoso, na borda de vasos, em tabuleiros de alvéolos, pequenos vasos ou onde acharem conveniente. Rega-se o composto de forma suave e cobre-se com um plástico para manter um ambiente húmido. Há tabuleiros que incluem umas tampas de plástico transparente e que são bastante práticos.
Colocam-se os cortes num local quente e com sombra. Depois do enraizamento começar (habitualmente após quatro a seis semanas), deve-se cortar um canto do plástico para ventilação, removendo-o completamente passadas umas semanas. Devem-se deixar os cortes no local até estarem muito bem enraizados, sendo depois envazados individualmente.

Os barómetros naturais

Publicado em 21 de Junho de 2015

A andorinha, a ave precursora da Primavera, é um barómetro infalível; voando baixo, roçando a terra e fazendo ouvir um grito leve e sentido, é sinal de chuva próxima; conservando-se no ar a grande altura, para a direita e para a esquerda, brincando com as outras, anuncia bom tempo fixo.
Depois de uma tempestade, a andorinha eleva-se muito; o seu vôo é então, lento, majestoso e paira no ar.
No Inverno, quando uma só pêga deixa o seu ninho, há chuva; se o pai e a mãe o deixam ambos, é sinal de bom tempo.
O pavão, quando a chuva se aproxima, grita frequentemente; o picanço verde geme; o papagaio palra; a galinha de Angola empoleira-se.
Quando as gaivotas voam sobre o mar, é sinal de bom tempo; quando deixam o largo e se aproximam das costas, é sinal de chuva1; a procelária pelo contrário, toma o mar largo em tempo de chuva e de tempestade.
O grilo quando faz ouvir o seu canto é sinal de bom tempo.
O Sol ou a Lua rodeados de um círculo, nuvens amarelas no ocidente e nevoeiros espessos e sombrios, são sinal de chuva.
O Sol e a Lua num céu puro, o arco-íris mostrando-se à tarde, os nevoeiros brancos, as nuvens vermelhas, são sinais infalíveis de bom tempo.

Jornal Horticolo-Agricola de Setembro de 1905 (com referência ao Bulletin du Syndicat du Loiret, da época).
  1. Hoje em dia as gaivotas cada vez mais se aventuram dentro de terra em busca de alimento nas capoeiras, parques e jardins e principalmente lixeiras. Sinal não só de uma sobrepopulação destas aves, mas também da escassez de alimento no mar. []

Rega das árvores

Publicado em 21 de Junho de 2015

Há pessoas que não sabem, diz o senhor N. Audran, no “Lyon Horticole”, que a água que é necessária para a alimentação das plantas é principalmente tirada do solo pelas radículas, isto é, pelas raízes mais novas. Se estas pessoas conhecessem esta simples particularidade da vida vegetal, com certeza quando regassem uma árvore não lançariam a água directamente no pé, salvo no caso que este tivesse as raízes aprumadas.
Geralmente, quando se rega, faz-se uma pequena caldeira perto do pé da árvore e ali se lança a água, exactamente no sítio onde ela é menos útil. Má prática.
Para se regar uma árvore, deve-se fazer a caldeira a distância do tronco e regar aí. Quanto mais grossa for a árvore, tanto mais afastada deve estar a caldeira do seu centro.

Jornal Horticolo-Agricola, Junho de 1906

Afastar insectos das frutíferas

Publicado em 20 de Março de 2015

Mr. Denis, director da Eschola de Arboricultura do parque da Tête-d’Or, em Lyon, acaba de descobrir um meio de afastar das árvores fructiferas os insectos, que, na epocha da floração, perfuram o ovario das flores, para n’elle deporem os seus ovos.
O meio a que Mr. Denis allude consiste em borrifar as arvores, no momento em que as flores estão a desabrochar, com um liquido composto de agua e vinagre na proporção de 1 litro deste para 2 d’aquella.

Oliveira Junior, José Duarte de. Chronica Horticolo-Agricola”. Jornal de Horticultura Pratica. Maio de 1873. Vol. IV: 213-220